Medina Sidonia foi minha última etapa antes de conhecer a capital provincial, Cádiz. Esta cidade de 12 mil habitantes localiza-se no centro da Província de Cádiz, e a importância de seu patrimônio cultural se reflete no título a ela concedido, de Conjunto Histórico-Artístico. Conta com uma grande quantidade de monumentos históricos, graças às inúmeras culturas que nela habitaram ao longo dos séculos.
Fundada no séc. I pelo imperador romano César Augusto com a denominação de Asido Caesarina Augusta, integrava o território de Hispania conhecido como Província Ulterior Betica. Vários são os restos arqueológicos encontrados de sua época inicial, como as cloacas e o sistema de condução de águas implantados durante o período romano.
Em 1997 foram descobertos restos de uma antiga calçada romana, situada a 4 metros por debaixo do nível atual das ruas da cidade, que demonstram o importante papel desempenhado por Medina Sidonia em sua época fundacional, quando atingiu o status jurídico de Colônia de Direito Romano. Esta via pavimentada foi construída no séc. II dC, uma das principais ruas de Asido Caesarina, conhecida como Cardo Maximus, de orientação norte-sul.
Construída com grandes blocos de pedra, está composta por duas calçadas laterais e a via propriamente dita, de 5 metros de largura, que possibilitava a passagem de dois carros simultaneamente. Ao longo de sua linha central encontrou-se uma cloaca de quase 1 metro de altura, que canalizava as águas das chuvas e os resíduos dos edifícios e fontes da cidade. Como curiosidade, foram gravados nos blocos de pedra tábuas de jogos para o divertimento de seus cidadãos.
Na Espanha Visigoda, foi capital provincial e sede episcopal, com o nome de Asidona. No ano de 712 foi conquistada pelos árabes, quando então passa a chamar-se Sidonia. Famosos são os seus doces, e se comenta que chegou a ser a capital do mundo árabe na elaboração de guloseimas, das quis a mais conhecida é o Alfajor, que atualmente podemos provar em seus bares e lojas especializadas.
Em 1264, a cidade foi reconquistada pelo rei Alfonso X “El Sábio”. A partir deste momento, tornou-se sede de várias ordens militares, como a de Santiago, por exemplo. Em 1440 se constitui numa cidade senhorial, propriedade dos Duques de Medina-Sidonia.
Abaixo vemos o escudo da cidade, que podemos ver dentro das dependências da Prefeitura.
A longa história de Medina Sidonia pode ser vista nas ruínas do castelo, que domina sua parte mais elevada. A montanha sobre a qual se assenta a fortaleza constitui a de maior altura do terço ocidental da província.
Na realidade, este conjunto arqueológico está formado por 3 fortificações superpostas de épocas distintas. A parte mais elevada pertence ao período romano. Podemos observar também restos do Alcázar Árabe, provavelmente do séc. XI, e boa parte do castelo construído pelo II Duque de Medina Sidonia.
Entre o final do séc. XVI e o séc. XX, o castelo e seu entorno foram paulatinamente destruídos para a extração de pedras que se utilizaram para a edificação de novas construções da cidade.
No séc. XIX tornou-se um local estratégico como quartel geral das tropas francesas, que ocuparam a cidade entre 1810 e 1812. Por este motivo, foram levantadas as muralhas e um novo recinto interior.
No próximo post, veremos a segunda e última parte da matéria sobre Medina Sidonia.
Maravilhoso!!? Constanciapnery@gma