Museu Frederic Marès – Barcelona

Neste último post dedicado ao Bairro Gótico, conheceremos o Museu de Frederic Marès, artista excêntrico e considerado o colecionador catalao mais importante do séc. XX.

OLYMPUS DIGITAL CAMERAEm 1944, o artista doou sua vasta coleção à cidade de Barcelona, e dois anos depois inaugurou-se o museu. O seu acervo foi progressivamente sendo ampliado, fruto da paixão colecionista de Marés.

OLYMPUS DIGITAL CAMERASituado ao lado da catedral, o edifício que sedia o museu é uma das estâncias do Palácio Real. Ao longo de sua larga vida, Marès reuniu uma extensa coleção escultórica hispânica, que compreende desde a antiguidade até o séc. XIX, predominando a talha policromada de motivos religiosos.

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O térreo, o primeiro e o segundo andares do museu estão dedicadas à excepcional mostra de bustos e imagens medievais, com exemplares de todos os estilos artísticos da época: românico, gótico, renascentista e barroco. Os temas dominantes são a Crucuficaçao e a Virgem com o menino Jesus. A maior parte das peças são originárias da própria Catalunha, embora existam outras procedentes de outros lugares da península. A tamanha quantidade das peças pode ser explicada pela filosofia do artista:

“Faço esculturas para comprar esculturas.”

No subsolo, se concentram as esculturas em pedra do museu, principalmente as relacionadas ao período romano, como este belo frontal de um sarcófago cujos relevos representam cenas bíblicas. Descoberto na província de Toledo no séc. XVII, a obra está datada como sendo realizada no séc. IV dC.

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No térreo, estão exibidas as talhas policromadas pertencentes até o séc. XIV, ou seja, incluídas dentro dos estilos românico e gótico. No primeiro andar, estão agrupadas as esculturas que vão do séc. XV ao XIX, com destaque para o renascimento e o barroco. Abaixo, vemos algumas imagens de virgens dos séc. XII, XIII, XIV e XV.

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Na seqüência, vemos dois cristos crucificados, ambos românicos (séc. XII).

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Interessante também é esta cabeça de cristo, proveniente do México (séc. XVI).

OLYMPUS DIGITAL CAMERANa imagem de abaixo, vemos uma obra que destaca pela expressividade e elegância. Está atribuída a um artista de origem germânica, Alejo de Vahía, que a esculpiu a finais do séc. XV.

OLYMPUS DIGITAL CAMERANesta outra, vemos a São Jorge vencendo o dragão, do séc. XVI.

OLYMPUS DIGITAL CAMERATambém do séc. XVI, uma imagem da Mãe de Deus da Misericórdia entre São Pedro e São Paulo.

OLYMPUS DIGITAL CAMERAUma escultura representando a Piedade, com São João e Maria Madalena (séc. XVI).

OLYMPUS DIGITAL CAMERANa foto a seguir, um relevo procedente do Monastério da Espina (Valladolid), realizada por Manuel Alvarez entre 1570/1577 e pertencente ao Renascimento Espanhol.

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O museu, além das esculturas, conta também com um bom acervo pictórico, como este Prolíptico (retábulo formado por vários compartimentos articulados) que representa a Virgem da Solidão, pintado entre 1520/1525 por um artista anônimo da escola flamenca.

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Nos dois andares superiores, a coleção passa diretamente aos séc. XIX e XX, e se diversifica com todos os tipos de objetos da vida cotidiana. Conhecido como Gabinete do Colecionista, acolhe 17 salas onde estão expostas uma variedade incrível de peças. É como se fosse um outro museu, dentro do próprio museu. Batizada inicialmente por Marès como Museu Sentimental, nele se acumulam milhares de objetos que retratam a vida e os costumes do séc. XIX. Vejamos algumas delas:

Na Sala de Armas, podemos ver cerca de 300 peças entre cascos, armaduras, armas de vários tipos, pertencentes do séc. XVI ao XIX.

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A Sala da Fotografia constitue uma das primeiras coleções públicas de fotografia do séc. XIX em toda a Espanha, transformando a Marès em um precurssor e divulgador do mundo das imagens.

OLYMPUS DIGITAL CAMERAA Sala dos Relógios reúne uma grande quantidade destes objetos, principalmente aqueles utilizados no âmbito doméstico.

OLYMPUS DIGITAL CAMERAO museu acolhe até uma Sala de Fumantes, em que vemos centenas de objetos relacionados ao tabagismo.

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Outras duas salas estão dedicadas ao mundo masculino, com objetos vinculados ao mundo dos homens, como os bastões, um complemento antigamente indispensável, e também ao mundo feminino, com uma ampla coleção de trajes, frascos de perfumes de época, etc, possibilitando um fidedigno retrato da mulher burguesa do séc. XIX.

OLYMPUS DIGITAL CAMERAOLYMPUS DIGITAL CAMERAA visita ao museu finaliza no denominado Estúdio-Biblioteca, um amplo espaço em que estão expostas obras de Frederic Marès e objetos pessoais.

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A partir do momento em que o museu não pôde ampliar-se por falta de espaço, Marès realizou doações para outras instituições, bem como criou outras, como o museu que também leva seu nome, em Montblanc e o Museu de Arenys del Mar.

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