Neste último post sobre Talavera de la Reina, conheceremos uma das maiores atrações turísticas da cidade, o Museu de Cerâmica Juan Ruiz de Luna, imprescindível para conhecer a evolução tipológica e artística da cerâmica talaverana. O museu situa-se num antigo Convento dos Agostinhos, construído no séc. XVII.
O acervo incomparável deste centro cultural reúne peças dos séc. XV ao XX. A época de ouro de sua fabricação compreendeu o séc. XVII, e a própria obra de Juan Ruiz de Luna, criador do museu, tinha como objetivo recuperar a antiga glória da cerâmica de Talavera de la Reina.
O museu esteve inicialmente sediado na antiga fábrica de Juan Ruiz, localizada na Plaza del Pan. Em 1997, foi levado e habilitado ao seu local atual. Ao longo dos 5 séculos de tradição, a variedade e riqueza de sua tipologia gerou a necessidade de classificá-la em séries, a fim de facilitar seu estudo e catalogação.
De origem muçulmana, a cerâmica de Talavera adquire status de produção industrial a partir do séc. XVI, sendo citada por Cervantes, Lope de Vega e Tirso de Molina, e representada em boa parte da Pintura Barroca Espanhola.
Nas séries mais antigas, se percebem uma clara influência mudéjar. Ao final do séc. XVI, a essa característica inicial incorporam-se os elementos do Renascimento Italiano. A partir do século seguinte, as correntes orientais e o Barroco assumem o protagonismo das cenas representadas.
Com a chegada do ceramista Jan Floris, procedente de Flandres, a cerâmica de Talavera adquire os métodos tradicionais utilizados na famosa cerâmica de Delft, cidade holandesa. Devido à grande quantidade de peças, foi necessária a ampliação do museu. O espaço escolhido foi o Convento de San Agustin El Viejo, a obra mais representativa do Barroco de Tijolo da cidade. Construído pelo frade Lorenzo de San Nicolás, está localizado ao lado do museu original.
No séc. XIX, com a destruição de várias fábricas pelo exército francês, entre 1810 e 1812, e a concorrência com a cerâmica sevilhana, iniciou-se um período de decadência.
A partir de 1908, Ruiz de Luna recupera a velha tradição renascentista e barroca, com um novo selo de qualidade.
Ao longo da história, a cerâmica tornou-se o motivo principal da fama conquistada pela cidade. O rei Felipe II, por ex., incluiu várias peças para a decoração do Monastério do Escorial, que possui uma invejável coleção de cerâmica de Talavera, realizadas ao redor do ano 1500.
Muito bom seu post. Ajudou muito no meu post sobre a Fonte Talavera que temos em Porto Alegre/RS a qual irei restaurar algumas peças. A Fonte Talavera foi uma homenagem da comunidade espanhola do Estado ao povo gaúcho em seu centenário da Revolução Farroupilha (1935).
Parabéns pelo seu blog! Já sigo há algum tempo.