Neste post, veremos alguns dos mais belos edifícios que foram construídos no princípio do séc. XX na Calle Mayor de Madrid. Este período ficou conhecido como “La Belle Epoque”, quando a burguesia encontrou nas novas tendências arquitetônicas uma forma de materialização de seu status social. Combinando os diversos estilos arquitetônicos, corrente conhecida como Ecleticismo, com o nascente Movimento Modernista, muitos foram as obras realizadas no período, que embelezaram a cidade e fizeram com que Madrid estivesse plenamente integrada dentro do panorama europeu em relação aos novos conceitos artísticos. A denominada Casa de Ruiz Velasco é um bom exemplo. A família proprietária do imóvel encarregou ao arquiteto José López Sallaberry uma reforma do edifício em 1906, cujo objetivo era embelezá-lo e atrair novos inquilinos.
O resultado foi uma feliz combinação dos elementos arquitetônicos do Renascimento Espanhol com as suaves linhas do Modernismo Catalão. Em 1913, um dos grandes arquitetos modernistas de Madrid, Jesús Carrasco y Encina, legou uma bela fachada que podemos ver na Calle Mayor. No entanto,devido ao reduzido número de obras com sua assinatura, tornou-se desconhecido para muitos madrilenhos.
Abaixo, vemos outro edifício que por sua bela composição atrai os olhares de todos que passeiam pela Calle Mayor.
O famoso arquiteto Antonio Palacios, um dos mais respeitáveis e influentes de princípios do séc. XX, realizou uma extraordinária obra em plena Calle Mayor.
Conhecida como Casa Palazuelo, foi construída em 1919 e recebeu este nome graças ao impulsor do projeto construtivo, Demetrio Palazuelo. A fachada apresenta um estilo eclético, marcado por uma organização espacial de caráter clássico. O projeto viabilizou a construção de um dos primeiros edifícios comerciais de toda a cidade, seguindo a linha da moderna Escola de Chicago. O melhor de tudo é que está permitida sua visitação interior, algo que poucos sabem, pois abriga escritórios e lojas diversas. Na verdade, o edifício passa inadvertido, já que os turistas buscam normalmente monumentos emblemáticos e simplesmente desconhecem esta jóia arquitetônica. O pátio interior é uma maravilha, recebendo luz natural de uma vidreira que o cobre.
O interior está constituído por balcões ondulantes e um magnífico trabalho do ferro como elemento decorativo e funcional.
Desde o andar superior, obtemos uma perfeita perspectiva de sua arquitetura.
Todos os elementos conservam sua fábrica original, como as lamparinas, feitas de bronze e cristal.
O elevador também é da época da construção. No espaço entre cada degrau, observamos delicados trabalhos de cerâmica.